GOVERNO BRASILEIRO NÃO RECONHECE DE IMEDIATO O NOVO GOVERNO ARGENTINO

Sinopse/Enredo

Segundo foi divulgado, o governo brasileiro não tomou qualquer medida imediata de reconhecimento do novo governo argentino. O governo da Venezuela, que articulava uma campanha continental para que não fosse reconhecido o governo argentino, ainda não havia pedido apoio ao Brasil. O palácio presidencial argentino em Buenos Aires foi palco dos mais importantes acontecimentos na crise que abalou a nação. Repetidas vezes, os líderes militares dele saíram sem conseguir obter do então presidente Arturo Frondizi sua renúncia. Finalmente, depois de várias tentativas em vão, os militares decidiram passar a ação extrema. A reação popular frente a crise governamental foi de indiferença, tendo havido apenas uma demonstração contra os militares na derradeira noite de Frondizi na Casa Rosada. Os manifestantes, porém, foram dispersados pela polícia, mas no dia seguinte voltaram às ruas para expressar sua desaprovação ao que estava acontecendo. O Exército e a Marinha, agindo em acordo, atuaram no sentido de manter a ordem e evitar a eclosão de uma possível luta nas ruas. Antes que os militares decidissem apoiar o presidente do Senado, José Guido, como presidente da nação, tomaram providências para que toda a nação ficasse sob estrito controle federal e que fossem consideradas ilegais todas e quaisquer atividades dos partidários do ex-ditador Juan Perón. Arturo Frondizi, como presidente da Argentina, deixou o palácio presidencial em Buenos Aires depois de ter sido deposto e de ter-lhe sido dada voz de prisão. O ex-presidente foi levado preso para uma ilha situada no estuário do Plata. Líderes militares forçaram sua deposição no auge de uma crise político-militar que se desenrolou durante doze dias e que teve origem na vitória alcançada pelos peronistas nas eleições realizadas. O novo presidente aprovado pelos militares, José Maria Guido, declarou que pertencia a uma geração que se sacrificava politicamente em favor dos grandes objetivos da nação e garantiu às forças armadas que colocaria o peronismo fora da lei. (Baseado em RE19620403])